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NO JARDIM DE GAULTIER
Uma manhã, Jean Paul Gaultier entrou na sua fábrica.
Era grande, animada e alegre.
Olhou para as mulheres e para os homens.
E pensou na ociosidade.
E pensou: "É bom que as mulheres e os homens se conheçam."
No primeiro dia, criou um jardim. Foi imediatamente um jardim encantadíssimo e à imagem de um espírito bastante desenfreado!
No segundo dia, criou La Belle e Le Beau. Nascidos de Classique e Le Male, mas nus como nos primórdios. E mesmo assim não tinham frio! E eram destemidos!
No terceiro dia, criou pecados maravilhosos, ternos e irresistíveis…
No quarto dia, descansou.
Decorria uma festa de arromba no seu jardim. Cada um descobria o outro e descobria-se a si próprio.
E cheirava tão bem!
O frasco
Jean Paul Gaultier criou o frasco de La Belle e o frasco surgiu. Tinha a forma de um busto despido. Era vermelho impregnado em rosa, muito carnal e tanto dava uma ideia de pudor como da maior libertinagem. A única roupa do gargalo do frasco era um colar de rosas douradas, como um convite para uma última e muito sugestiva desfolhada…
Depois, Jean Paul Gaultier criou o frasco de Le Beau e o frasco surgiu. Tinha a forma de um torso nu. Era verde, mas verde reluzente. Havia uma parra dourada onde o olhar se aventurava.
Jean Paul Gaultier olhou para os belos bustos e disse: "Estes dois foram feitos para sucumbir à tentação!".
E era mesmo verdade.
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